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Foto do escritorRodrigo 'Aquiles' Santos

#VIDEO "Faces da Madrugada" de Yanna MC e o Rap amapaense destaque no audiovisual


Rapper amapaense Yanna MC

Há anos o rap amapaense vem em um fluxo intenso de produções audiovisuais seguindo o ritmo de boa parte do Brasil. Os videoclipes agradam tanto público quanto crítica. Podemos citar os destaques em festivais como exemplo, "Madalena" de MC Deeh e Anna Suav e "Macapá Quebrada" do grupo Máfia Nortista, são clipes vencedores do Prêmio Gengibirra Audiovisual do Festival Imagem-Movimento e mais recentemente o MC Super Shock trouxe para terras tucujus o prêmio de Melhor Videoclipe da Região Amazônica que conquistou neste ano na 2a Edição do Festival de Cinema Negro Zélia Amador de Deus com o clipe "Estorvo". Destaque também para o clipe "Faces da Madrugada" da nossa entrevistada Yanna MC que participou do festival Mana 2020, que também contou com outra produção amapaense/paraense o feat. de MC Deeh e Ruth Clark "Black Money".

Estas são apenas algumas produções, pois atualmente, tem muita coisa boa sendo filmada pelo movimento rap amapaense. É admirável o poder inventivo, a representatividade e as altas doses de realidade e protesto que estas produções carregam em sua linguagem. Uma linguagem tão única e atraente que frequentemente inspira outras artes e mídias e se insere facilmente no cinema. A grande referência nesta combinação é o diretor americano Spike Lee que ainda nos anos 80, colocou o movimento hip hop como uma força impulsionadora e criativa em sua obra prima "Faça a Coisa Certa (1989)", inspirando desde planos, figurinos e montagem, até, obviamente, a trilha sonora.

Desde então, o movimento rap vem construindo uma ascensão primorosa dentro do cinema. Como mais uma frente de luta para os profissionais pretos reivindicarem o seu lugar em uma das indústrias artísticas mais inacessíveis às minorias. Se somos fonte de inspiração porque não podemos nós mesmos contar as nossas próprias histórias? Como espectador e produtor, tenho convicção que a "crise de criatividade" que o cinema passa atualmente tem uma ligação direta com a falta de espaço para novas histórias que não envolvam um homem branco hétero, mas podemos nos aprofundar neste assunto em outro momento.

"Faces da Madrugada" da rapper Yanna MC conta com participação das produtoras Saturação e Catraia Filmes, que tem em sua equipe, respectivamente, MC Super Shock (fotógrafo, editor, videomaker e color grading) e Rayane Penha (cineasta, escritora, jornalista e diretora do super premiado "Cartas sobre o Nosso Lugar"), profissionais que apresentam um trabalho belíssimo e consistente no audiovisual amapaense. O clipe, que teve roteiro escrito pelas mãos da própria Yanna MC, é uma incrível composição estética e temática, colocando na tela a celebração às religiões de matrizes africanas, além de contar com a participação de potências pretas amapaenses e toda a força da representatividade feminina e LGBTQIA+ que Yanna também traz na letra de "Faces da Madrugada" quando canta "(...) transgênero, lésbicas, todos podem vir, toda forma de amor apoio, sim! Sem oprimir (…)"


Rodrigo Aquiles: Como tu descobriu o rap e resolveu dar início à essa carreira? Quais são as tuas principais influências? YANNA MC: Sou atuante na cultura hip hop desde os 12 anos de idade. Primeiro pela parte do street dance, das danças de rua, danças urbanas. Comecei como dançarina. Em 2016 criei o meu evento chamado Urban Movement. Que une os quatro elementos da cultura hip hop no Estado, inserindo nas escolas com palestras e etc. E logo após comecei a cantar. Sempre escutei rap, desde sempre tive uma paixão enorme pela cultura.

O que me levou a cantar rap foi a sede de ter representatividade feminina no Estado. A única representatividade que tinha atuante quando eu iniciei era a Cleide do Relatos de Rua e eu ia nas batalhas e via que a cena tava totalmente cheia de homem, entendeu? Então eu senti no meu coração que precisava de representatividade feminina e comecei a cantar. Isso foi o que me influenciou mesmo a ter mais coragem e força. Sempre escutei rap, sempre gostei do rap mais antigo. Aquele modelo, sabe como é?


R.A: Só neste ano tu já lançou dois clipes. Pretendes manter esse ritmo de produção? Você participa do processo criativo deles?


YANNA MC: Sim, sim, pretendo manter o mesmo ritmo de produção. Eu tenho dois feat. pra lançar. Um feat. com outro mano daqui de Macapá e um outro feat. como um mano de São Paulo. A gente já tá organizado, tenho dois lançamentos aí pra vir.

Em questão de processo criativo, o clipe "Faces da Madrugada" eu já tinha o roteiro. O roteiro do clipe já estava todo na minha cabeça. Sempre imaginei daquela forma como ele saiu. O Mc Super Shock adaptou no local e colocou algumas coisas em relação à cores e tal e deu mais algumas ideias. Mas eu já tinha em mente aquele modelo de clipe. Eu sou aquela pessoa que eu faço a minha letra e já imagino o roteiro. Sempre coloco a minha ideia completa, sabe?


R.A: É notável o quão o rap tem uma forte ligação com o videoclipe. E sempre com muita representatividade. Queria que tu falasse um pouco dessa relação do rap com o videoclipe.


YANNA MC: Sim, explicando detalhadamente a música ela chama bastante atenção pra questão cultural por conta que a gente aborda vários temas. E ela chamou atenção pra ser cantada nos eventos da cultura preta e LGBTQI+. O videoclipe se faz necessário muito mais pela parte do trabalho mesmo, assim, por conta que hoje em dia pra você receber bastante visualização as pessoas precisam ver, não apenas ouvir. Então é muito necessário ter um videoclipe. Não apenas a música, por esse motivo e porque as pessoas gostam muito. É mais pela questão de visualização, porque a voz a gente faz nos eventos. A gente se faz presente.


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Confira agora "Faces da Madrugada" deixe seu like e se inscreva no canal de Yanna MC, em seu Insta @yannamc_rapper e em sua página no Facebook.





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